MAIS QUE DIPLOMA.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Crônicas

Começamos aqui a série ''Crônicas'',em que os membros desse blog mostram algumas das crônicas feitas para as aulas da professora Vádinea.


Um Dia de Fúria
Marcos era um homem mirrado de 45 cinco anos e sinais de calvície já começavam a aparecer, talvez em função dos já a doze de trabalho na CPFL.  Ele odiava tudo no trabalho (principalmente o patrão), mas apesar disso era um bom funcionário.
Era uma Segunda de manhã, úmida e terrível com todas as segundas. O dia já começou ruim para Marcos, quando este discutiu com a esposa e levou a pior como de costume (teria que pegar as crianças na escola naquele dia).
Com isso, já chegou irritado ao trabalho. Então surgiu o chefe, Seu Geraldo, balofo e cheirando a cigarro como de costume e pedindo que ele fosse fazer uma manutenção de linha em Santa Bárbara D’Oeste. Como era um trabalho demorado falou que não daria tempo dele voltar para Sumaré buscar seus filhos na escola. O chefe não deu importância.
Saiu com raiva e no caminho enquanto discutia com a esposa ao telefone, quase atropelou um motoqueiro. Este, com raiva, revidou e quebrou o retrovisor do carro da empresa. Conhecendo Seu Geraldo como ele conhecia, sabia que o patrão descontaria aquele dano ao carro do seu salário (na verdade descontaria muito mais que o necessário).
Vermelho de ódio chegou a Santa Bárbara e começou a fazer seu serviço. Que durou ainda mais do que ele imaginava. Estava quase indo embora quando avistou algo brilhante do lado da rodovia. Foi ver o que era. No começo não reconheceu pensou se tratar de um brinquedo, depois percebeu que não. Tinha forma ogival, cerca de 50 centímetros de comprimento... Meu deus era um míssil!
Então uma ideia surgiu na mente de Marcos:
-E seu levar esse míssil para empresa? Daí eles vão ver. O Seu Geraldo vai ver quem manda. Não deve ser muito difícil explodir essa coisa.
O caminho de volta para Sumaré foi tenso. Marcos temia que o míssil explodisse no seu carro. A morte aparecia ao seu lado em todo buraco ou lombada.
Então ele finalmente chegou a Sumaré, especificamente na Rua Amazonas. Entrou no prédio da CPFl e cumprimentou Soninha, a secretária, como sempre fazia. Passou pelo chefe carrancudo. Levava o míssil em uma bolsa que havia encontrado no carro.
Sentou-se em uma mesa. Seu coração batia forte como nunca antes. Pegou um livro. Analisou se era pesado o suficiente e decidiu que sim. Bateria no míssil com ele.
-Deve ser o suficiente para explodi-lo – Pensou Marcos
Sua mão dizia que sim. Sua consciência lhe dizia que não. Quando estava prestes a bater com o livro no objeto explosivo, uma imagem dos filhos lhe veio à mente e então ele parou.
Decidiu que não faria mais aquilo Mostrou o objeto a Seu Geraldo, que ficou horrorizado. Disse que pensava que era um brinquedo. O Gate logo foi convocado e uma operação gigantesca foi realizada, sendo que dois quarteirões o foram interditados para retirada do objeto. Durante todo o procedimento foi chamado de idiota por Seu Geraldo, Soninha, demais companheiros de trabalho e até alguns membros do Gate.
Ao voltar para casa, foi chamado de idiota também por sua esposa. Mas não se importava, só queria ver os filhos. Abriu a porta do quarto deles com um sonoro:
-Meus Amo...
Quando percebeu o filho menor estava mordendo sua mão enquanto o mais velho chutava repetidas vezes sua canela e gritava:
-Seu idiota! Porque não buscou a gente na escola?
Naquele momento decidiu que voltaria para Santa Bárbara no dia seguinte pra ver se não encontrava outro “brinquedo”.
                                                                                                                  
                                                                                                                Por Luis Capucci

Nenhum comentário:

Postar um comentário